Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus Guimarães


Baby,

Eu amava ouvir seu salto no chão de madeira. Hoje eu sei que esse som me acalmava.

Mas seus jures e minhas teorias entraram em confronto, e o que sobrou de tudo que se formou de nós foi simplesmente dor.

Já não te resta razão e não me sobrou sanidade.

Aqui, sentado no telhado, descobri que você era minha consciência e minha mente.

Agora tudo que eu tenho é um de seus vestidos em cima da cama, me servindo de travesseiro.

E em pensar que ele era o que mais odiava. Só queria que você lembrasse que cumpro minhas promessas. E com certeza cumprirei a última. Serei uma fênix.

É engraçado, agora que a tempestade me engoliu, vejo que aqui é tão sublime como eu pensava. Mas ainda assim é calmo demais, perfeito demais. Não mereço nada disso, por que a única coisa boa que fiz na vida foi te amar.


Marcos Matos


Bem, esse post é diferente. Por isso não faço nem ideia de como começar. Mas vamos lá.

Hoje, dia novo de ano novo e espero que de vida nova. Vida nova, quando eu escuto as pessoas falarem de vidas novas, me leva a imaginar alem de recomeço, uma vida sem as coisas que imperavam na passada. Bem não acho que na realidade seja assim, e nem que deveria ser. Prefiro e quero alguns aspectos da “vida” que passou. Algumas coisas tem que ter continuidade, se não tiverem, acho que acabam criando um retrocesso, um atraso de vida.

Esse é o primeiro momento de reflexão que jogo para o “papel”. Todo inicio de ano me reservo esse tempo, na realidade algo me exige isso. Não me importo, acho até bom, é como se eu tivesse uma conversa comigo mesmo, sem as cobranças típicas que os problemas da vida normalmente faz-nos impor um ao outro, mas uma conversa para contabilizar as perdas e os ganhos do ano. Com uma certa pitada de ironia posso até dizer que fecho para balanço. E nessa conversa meio que passa um filminho do ano que passou, quase um melhores momentos. Quase, porque misturado vem os piores. Acho que de certa forma cresço nessa conversa. Aliás crescemos eu e eu. Provavelmente o dia será quase típico, sem muitas surpresas. Até prefiro assim, me mantêm na minha zona de conforto. Gosto do dia de hoje é um dia alegre, apesar de ser um dia de introspecção. Gosto de me voltar para mim mesmo. Não vejo problema nisso, infelizmente os outros veem. Não me chateio, muito. Tento entender, as vezes não dá. Uns já me perguntaram se isso não é pra camuflar algo, uma possível crise de identidade. Creio que não, se for estou camuflando tão bem que até pra mim está complicado de ver. Bem vou retornar ao dia, acho que já estou fugindo do que interessa. Buscar o que nesse dia? Tudo que eu achar viável. Não só o que se deseja ou necessita, mas o que está ao seu alcance. Bem acho que é só. Não creio que seja meu melhor post, e também não acho que seja o pior. Bom fica a dica e a chamada de atenção. A introspecção não é de todo ruim, cabe a você se educar para fazer isso de forma construtiva. Acho que isso vale para alguns casos de depressão, mas só para pessoas de muita força, ou que já chegaram a um ponto tal de introspecção que possa transformar esse momento em algo produtivo para a própria vida, tipo um trampolim mesmo.

Bem vou reservar o fim do post para recadinhos e agradecimentos. First and last, i miss you and want you here near me. Bem agradecimentos, quero agradecer primeiramente a Deus que me proporcionou tudo. Quero agradecer a minha família, sem a qual não seria capaz de ser quem e o que sou. Quero agradecer também a todos os amigos, presentes, ausentes, próximos e distantes lógico incluindo os que conquistei pelo blog. Without y'all there's no sense, there's no way, there's no life. So, let's go drink something and be happy.

Marcos Matos


A brisa na praia me leva a pular no teu mar e pedir pra me perder no oceano que é você.

Oceano no qual mergulho sem medo de não conseguir respirar ou me afogar.

Contigo conheço a simplicidade do oculto,

A liberdade que há nele e nele nos perdemos em nós.

Um no outro, com o outro e para o outro.

A conversa silenciosa dos olhos em meio aos corais.

Os beijos roubados atrás das algas.

E as caricias perto do cais.

A fuga da rotina só pra ver a chuva caindo na lâmina d’água,

Ou para curtir o sol ir para a lua vir.

Momentos de raros momentos.

De dentes batendo e cabelos molhados ao vento.

O ir até lá que nos trouxe até cá,

Somado ao ir mais até ali que acabou nos recompensando com o aqui,

Na jangada olhando as estrelas das nossas constelações.

Abaixo de nós,

Um mundo desconhecido pelo mundo, e ainda assim, no mundo.

Um mundo no mundo, gerando o nosso mundo.

No qual as pérolas são mais que os mais lindos grãos de areia.

Elas são representações do sofrimento, do amor e do perdão de uma ostra.

Que apesar das dores que lhe são impostas,

Vertem todo o seu amor para aquele grão de areia,

Mudando-o e enchendo-o de beleza e amor.

Para porfim um dia ele poder ser dado como um gesto de amor.

Marcos Matos


Noite,

Vento,

Água,

Corpo.

Corpo na noite,

Água no corpo,

Vento nas árvores,

Vento na água

E vento no corpo.

Noite segredosa,

Vento frio,

Água quente

E corpo morno.

Noite de lua,

Vento do norte,

Água do rio

E o corpo, de quem?

Meu ou seu?

Porque esse corpo soa tão errado?

Tão sozinho, arrepiado.

Nos olhos de quem vê

Brilha a pergunta do calado.

Esse banho só serve no singular,

Ou pode ser pluralizado?


Marcos Matos


Fim de tarde, céu azul clarinho, uma brisa boa.
Essa natureza traz saudade do idílio.
Saudade que existia e a gente nem notava.

Essa paisagem lembra momentos eternos,
Momentos pré-chegada, que dão ansiedade.
E que ao serem idealizados, imaginados, trazem alegria imensa.

Essa combinação é boa para escrever,
Traz um pensar fácil e inspiração de qualidade.
Dá paz, abre a mente e acalma o coração.

Nos faz ver os erros e os acertos por ângulos diversos.
Nos dá a capacidade de perdoar o imperdoável
E reconstruir o despedaçado.

Com o passar do tempo o azul clarinho vai escurecendo,
E dando lugar ao preto, laranja e vermelho.
Lembrando cada vez mais o retorno a terra.

A harmonia em que as luzes naturais e artificiais
Entram em cena é magnífica.
A magia do céu se estrelando para a cidade se acender.

Na frente do carro a cidade vai tomando o lugar da estrada.
E então chega a chegada.
Nossa música começa a tocar.

Paramos a beira mar, nos beijamos e namoramos.
Enquanto isso a casa com cheiro de lar nos espera.
Nosso idílio é a nossa própria terra.

Marcos Matos


Seu canto me traz paz

A calma minha alma

Recupera meu corpo

E alegra meu espírito.

O calor de sua presença

Traz o sentido do inexplicável

A força do inabalável

E a leveza do ar.

É intrigante o reconhecimento

Do que nunca antes fora visto.

É achar aconchego na brisa

Que é o teu abraço.

É ouvir nas ondas do mar

Os teus ensinamentos.

É contemplar as estrelas contigo

E dormir sob tua proteção

Acreditando na chegada de um novo dia

De paz, amor, alegria e redenção.


Marcos Matos


Uma minha pra não perder o ritmo ^^ essa acabou de vir do nada ( como a maioria das outras ) ^^

kisses 4 all. Essa semana temos três posts. Dois de Gabrielle e um meu. Comentem please XD.


Um...Nossas pálpebras se fecham
Dois... Seus lábios se contraem
Tres... Sinto sua pele roçar em meu peito
Quatro... As janelas se abrem
Feiches de luz interrompem o beijo
E não importa o sabor deixado pela noite
Ela não afugenta o medo de abandonar
Nem por um instante
O gosto do teu corpo
Misturado ao torpor do teu cheiro
Chamas verdes e roxas
Velas bruxuleando em sua pele
Movimentando todo um mundo
Demarcando o diafragma a movimentar-se desenfreadamente
Deixando-nos, as duas, ofegantes
Empurrando, a cada respiração
Minha alma e meu espirito, ambos errantes
Para fora do mundo real
Rompendo barreiras inexistentes
Colorindo seus olhos inertes sobrepostos aos meus
Afogando-nos por um momento eterno
Em um oceano de extase
Encontrando a chave que abre as portas do céu

Gabrielle Buenavista M.M


És como a Lua
A possuir milhares de fazes
Delas, várias secretas, fazes imutáveis,
Como a Lua , ela esconde suas faces
Finge, mente, engana com sorrisos
Mas sussurra “Não sou das mais confiáveis!”

És assim como parece
Diz-se quem não é
Sua enganação é a verdadeira mentira
Sua verdade é uma dolorosa prece
Apesar de nem sempre sentir a dor que sente
Ainda assim tristemente perece
Murcha doces flores do jardim
Esperando que o sol ilumine só a ti

Não agonize, Doce Flor
Não inveje a beleza dos botões que desabrocham
Não seja tão egoísta, Amor
Ouve o tempo de ventos que a ti clama
Aguarde que logo seu tempo chega
E que seu peito logo infla com, do Inverno, a chama

Grita meu nome quando precisar de ajuda
Posso não estar lá em carne
Mas meu espírito estará na presença tua
Antes que o sol nasça, ou se ponha de tarde
Sente minha pele roçar-lhe quente e nua
Perdoa minha infame tática de ataque
Espero que não me vire a cútis (as costas)
Ou me diga “Suma!”

Gabrielle Buenavista M.M.


A vontade de querer.

A tua vontade de querer.

Para quê fingir?

Qual a necessidade de mentir?

Você se força a sentir,

A sorrir e a sofrer.

Esqueça o escript ,

Você não é um personagem,

Então, desista de ser.

Não relute em perguntar,

Em descobrir quem você

Realmente é.

Até mesmo, porque,

Todos também querem saber.

Liberte essa besta,

Por um dia que seja.

Beije o vento,

Sinta a tez da manhã,

Veja o passar da tarde

E renda-se a beleza da noite.

Depois disso, seu mundo

Pode até nem mudar,

Mas, pelo menos sua persona

Rachará.

E um daí quem sabe,

O mundo vá ver,

Quais outras belezas

Existem em você.


Marcos Matos


Ando pelas ruas como se estivesse em um clipe de uma música triste. Caminhando sozinho na chuva, lembrando o passado e esperando te encontrar em alguma esquina e mudar o fim desse clipe. Mas a torre que você ergueu aprisionou a nós dois.

Você ai e eu aqui, forçando-nos a viver no mesmo mundo, mas em planos diferentes. As pedras lisas se tornaram mais frias que as últimas palavras, e mesmo assim, a sua luz não se apaga, dia e noite, chuva e sol, ela está sempre jorrando da sua janela.

Mas hoje as nuvens carregadas taparam a minha visão. Não sei se você ainda está aí ou se o céu chora em chuva toda a sua dor. Mas quão trágico seria se o farol da sua janela por fim se apagasse? Existe outro caminho? Com novas ruas e novas luzes? Afinal como são essas ruas? Onde fica a praia e o quebra mar?

Tudo bem, não precisa falar. Um dia eu aprendo a ouvir o silêncio e a entender cada palavra não dita que o vento carrega. Talvez eu ache as nossas antes que a tempestade passe e o sol volte a brilhar.

Marcos Matos


Estou feliz como criança.

Mas não como se tivesse ganhado um presente

À muito esperado.

Estou feliz como uma criança

Que acaba de dar um presente

E ver seus olhos se arregalarem de surpresa.

Que acaba de ver o brilho dos seus olhos

Se intensificarem

E seu lindo sorriso se abrir em flor.

Mostrando na completa alvura

Dos seus dentes, a pureza da sua alma.

Sei que perdoar e perdoar

Foi a coisa que você mais fez

Nesses últimos tempos.

Bem, feliz aniversário atrasado

E obrigado por tudo.

Marcos Matos

P.S. Gabi, Bibs, Leãozinho, Todinho, entre outros apelidos ou apenas Gabrielle. Parabéns. Que Deus te dê juízo( que você precisa muito) e te ajude a realizar todos os seus sonhos. Sei que nem sempre entender os outros é fácil, pior ainda é nos entender. Espero que ele te dê bastante sabedoria também. Estou esperando sua autorização para postar um poema seu aqui no blog. Não vou parar de te encher a paciência até você deixar. Beijos coisinha maluca.

Marcos Matos


Vou cantar meus Gemidos pra te excitar.

Os meus gemidos de ouriçar

De prender, fixar.

Os meus gemidos de aproximar

De ver, chegar.

Os meus gemidos de te esquentar

De despir, deitar.

E quando os teus gemidos

Esquinarem represa

E se unirem aos meus

Em um dueto de axé sinfônico à capela.

Vou querer sentir os teus gemidos de se entregar.

Os teus gemidos de abraçar

De acariciar, cheirar.

Os teus gemidos de arfar

De morder, provar.

Os teus gemidos de aconchegar

De arranhar, laçar.

Vamos cantar os nossos gemidos.

Os nossos gemidos de amar

De gozar, gozar.


Marcos Matos


A paz invadiu o meu coração
E foi ai que eu notei
O que todos já haviam notado
Não haverá bolo de aniversário
O palhaço está cada vez mais gordo,
Velho e chato
Quase caduco,
Mas nunca mendigando.
Sempre de cara pintada
Nem que seja pra borrar
Quando ouvir uma verdadeira palma
Acompanhando uma gostosa gargalhada
Hoje ir á um circo é reviver o passado
Sair dele é levar um murro no estomago
O futuro passado não foi o melhor
E ainda assim poderia ser pior
Mas repleto de alegrias e amigos
Está o passado
No entanto amanhã ninguém
Nenhuma alma vai lembrar
Que o palhaço faz aniversário
Ele já não espera parabéns
Já não deseja dinheiro
Ele não busca mais nada
Agora que percebeu
Que sua vida é uma grande piada
De humor negro
Bravo!!! Bravo!!!


Marcos Matos


Mesmo tendo em nome profecia de ocaso,
Hei de sobrepor a aflição,
E entoarei meu canto de morte.
Canto este que há de soar indigno e covarde,
Em lugar de apiedante e cavalheiresco,
Aos ouvidos dos guerreiros canibais.

No retorno ao meu povo,
Meu cheiro me trai de tal forma,
Que me leva de novo para o sacrifico,
Do qual fui julgado imprestável.

Mas desta vez fui guiado pelo pai.
As ofensas ao meu povo e a mim,
Despertaram tal fúria que lavei com sangue,
A honra Tupi.

Não com o meu,
Mas com o sangue dos cruéis Timbiras.
Que por um senso de nobreza;
E honra tão impróprios fizeram um pai,
Mal ver o filho, que só lhe tem amor.


Marcos Matos


Jogo atrasado.
Campo alagado.
Uniforme rasgado.
E as torcidas pedem bola.

Chuteira sem cadarço.
Meião furado e desfiado.
Calção folgado e desbotado.
E as torcidas querem ver gol toda hora.

Apito quebrado.
Cartões amassados.
Gandulas amuados.
E as torcidas cantam eufóricas.

Mal sabem elas
Que todos temem a bola.
O que fazer agora?
Quem será o primeiro
A ir domar a caprichosa?

Já que não tem ninguém habilitado,
A solução do juiz
É virar pra torcida
E avisar: jogo adiado.


Marcos Matos


O vento me traz de volta
O teu cheiro de chocolate.
Descubro gravada em minhas pálpebras
Aquela velha imagem,
Daquela noite distante.
O frio desta noite é intenso.
Vejo teu espectro na janela,
Olhando nossas constelações.
Ao meu abraço, você se desfaz.
Fecho os olhos novamente,
Para rir de mim mesmo,
Para mim mesmo,
Este sorriso corretivo.
E de violão no colo,
E caneta na mão,
Volto a escrever,
Nessa jovem página amarelada.


Marcos Matos



Por mais que eu minta,
Entendo sua recusa a abrir os olhos.
Realmente fere.
O risco é grande, e a promessa duvidosa.
Mas algo espera na penumbra.
A mão branca estende-se à espera da tua.
O piano toca,
Regido pela ausência dos teus dedos finos.
O piano ainda toca,
Regido pela ausência dos teus dedos finos.
Mesmo de olhos eternamente fechados,
Você pode sentir o vento que veio guiar-te.
E que uiva em teus ouvidos,
O convite da mão nevada;
Que à espera entre as folhas que caem.
Para unir o solstício de ti;
Com o equinócio que precede-te,
E habita nesta alma.

Marcos Matos


Sempre desejei ter asas.
Porque realizou meu desejo?
Agora posso ir para onde quiser.

Para onde eu vou?
E se eu for e não quiser voltar?
Algo aqui morrerá sem mim?
Ou eu morrerei sem algo daqui?
Posso ir ver outras cidades,

E suas luzes.
Mas como ficarão as daqui?
Posso ver novos sóis se porem.
E novas luas se erguerem.
Posso só sentir as brisas.
Mas e o aqui, onde encaixo?
Querer ir dói.
E querer ficar é triste.
No fim das contas,
Em todo lugar vou estar;
Deserto.


Marcos Matos


Sou filho de Antares.
Minha boca é caixa de Pandora,
E cabeça de Atena.
Meus olhos são buracos de minhoca.
Minha pele é o próprio cosmos.
Minha mão é sutil como Vênus,
E forte como Marte.
Minhas vestes seguem a moda apoliana.
Minha ira é choque entre galáxias.
Meu esquecimento é um buraco negro.
Minha intuição supera Nostradamos.
Meu desejo é o teu Zenit.


Marcos Matos


Minhas cordas pocaram?
Ou seus dedos cansaram de me dar movimento?
Bem, ainda não toquei o baú,
Mas posso sentir ele se aproximando a cada segundo.
Se pudesse ser escolha minha;
Preferia que o problema fosse nas cordas.
Prefiro perde-las a perder seu toque.
Se bem, que dos dois modos eu perderia.
Mas, espero que sua infância passe logo.
Para que nenhum presente novo;
Te tire de outro brinquedo;
Assim como esse aí te tirou de mim.


Marcos Matos


Na linha do tempo escrevemos nossos sonhos e segredos.
De mãos dadas cruzamos eras,
Para de tempos em tempos tornarmos a nos pertencer;
Das formas mais distintas.
Agora é uma noite de trevas que nos une novamente.
Na beira da praia só o que prevalece;
É o som da sua espada cortando ar e carne;
E reinando ao lado do meu tridente banhado a sangue.
Após vitória esmagadora;
Ergueremos fogueiras e mais fogueiras de corpos.
E aproveitando o calor,
Faremos nosso ninho bem no meio delas.
Para esperar o portador da arma flamejante,
Que de um só golpe;
Nos fará de uma vez por todas cinzas.


Marcos Matos


Quando eu parar de morrer
E conseguir sustentar seu olhar,
Seus olhos vão perder as brumas
Que se formaram nesse último mês,
E enfim, vão se mostrar azuis de novo.

E vamos poder voltar a ver
Os golfinhos que nadam em sua pele,
Desde quando eu te tive como minha.

Quero voltar a encontrar
Minhas asas de cera,
No céu azul dos teus olhos
E senti-los passar por mim todo,
Inteiro, bem como suas unhas
A dividir minhas costas
Com um doce e típico ardor.

Marcos Matos

Segundo post como prometido.


Tenho vontade de lavar as janelas da alma.
Mas a muito me falta o essencial.
Porém, poréns se acumulam.

Na garganta habita um nó cego;
Dominado pela inércia.
Ao manifesto da coragem;
É iniciada a repreção do medo da mágoa

Da qual a progenitora é a fragilidade.
E que tem como colostro palavras;
Ditas sem pensar.
E berço no descuido.


Marcos Matos

Pessoal esse é o post da semana passada que eu não pude postar.
Então essa semana teremos dois posts para compensar.
Obrigado a todos que acessam o blog. E gostaria de pedir novamente que comentem de preferência sem ser como Anônimo, inventem um codinome ou utilizem só o primeiro nome, pra mim já é o suficiente. Obrigado, Marcos Matos


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudanças,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades.
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança de mor espanto,
Que não se muda já como soia.

Luís de Camões