Ando pelas ruas como se estivesse em um clipe de uma música triste. Caminhando sozinho na chuva, lembrando o passado e esperando te encontrar em alguma esquina e mudar o fim desse clipe. Mas a torre que você ergueu aprisionou a nós dois.
Você ai e eu aqui, forçando-nos a viver no mesmo mundo, mas em planos diferentes. As pedras lisas se tornaram mais frias que as últimas palavras, e mesmo assim, a sua luz não se apaga, dia e noite, chuva e sol, ela está sempre jorrando da sua janela.
Mas hoje as nuvens carregadas taparam a minha visão. Não sei se você ainda está aí ou se o céu chora em chuva toda a sua dor. Mas quão trágico seria se o farol da sua janela por fim se apagasse? Existe outro caminho? Com novas ruas e novas luzes? Afinal como são essas ruas? Onde fica a praia e o quebra mar?
Tudo bem, não precisa falar. Um dia eu aprendo a ouvir o silêncio e a entender cada palavra não dita que o vento carrega. Talvez eu ache as nossas antes que a tempestade passe e o sol volte a brilhar.
Marcos Matos
Adorei essa mudança no visual!!