Mesmo tendo em nome profecia de ocaso,
Hei de sobrepor a aflição,
E entoarei meu canto de morte.
Canto este que há de soar indigno e covarde,
Em lugar de apiedante e cavalheiresco,
Aos ouvidos dos guerreiros canibais.

No retorno ao meu povo,
Meu cheiro me trai de tal forma,
Que me leva de novo para o sacrifico,
Do qual fui julgado imprestável.

Mas desta vez fui guiado pelo pai.
As ofensas ao meu povo e a mim,
Despertaram tal fúria que lavei com sangue,
A honra Tupi.

Não com o meu,
Mas com o sangue dos cruéis Timbiras.
Que por um senso de nobreza;
E honra tão impróprios fizeram um pai,
Mal ver o filho, que só lhe tem amor.


Marcos Matos

4 comentários:

  1. Unknown says:

    Um enigma para mim. Seu pai se chamava Juca?

  1. Não Marisa, I-Juca é uma parte do nome do livro I-Juca Pirama do autor Gonçalves Dias. È um livro muito bom, apesar de ainda manter aquela visão de um índio que veste armadura e empunha espada, ou seja, uma visão de um cavaleiro medieval, o livro é realmente muito bom. Fica ai uma dica de uma boa leitura para fim de semana ^^.

  1. Unknown says:

    Alguma vaga lembrança me dizia que era literatura...obrigado pela dica...quando eu tiver um final de semana livre de tanto trabalho vou ter tempo pra ler.

  1. "apesar de ainda manter aquela visão de um índio que veste armadura e empunha espada, ou seja, uma visão de um cavaleiro medieval"
    não me lembro de ter algo assim no livro....
    Acho que você foi precipitado em seu comentário, pois pelo que me lembro, os índios tem a mesma lógica oriental> a HONRA é tudo. Índios não imitaram qualquer cavaleiro medieval, que nem sempre foram honrosos e fiéis aos princípios e siim à aquilo que os favorecia. O que aconteceu com Juca é que ele queria proteger o pai ao mesmo tempo que não queria se mostrar covarde para os timbiras. Seu amor pelo pai não chegou a se tornar maior do que a honra. Ele queria cumprir os dois.