Os azulejos se lançam novamente contra meu peito.
Todos tentando retomar seus postos.
A sensação dos impactos, já conhecida, se abrandou.

Eles afundam suas pontas por todo o tambor do peito,
Metamorfoseando-o numa arte monstruosa,
Tendo como fronteira um muro de lamentações
Revestido de espinhos.

As lanças bem expostas e postas,
Fazem fanaticamente bem a sua função.
Recolhendo e expandindo,
Conforme o vai e vem da tua mão.


Marcos Matos



Hoje você está em falta.
Não veio para a minha alegria
E alivio do meu jardim.
As sombras as deixam inquietas.
Tua luz não está aqui hoje para acalmá-las,
E nem para me dar paz.
Com a sua falta, as minhas Damas,
De tanta tristeza estão virando Cinamomos.
E eu, a cada segundo, resisto menos
Ao fechar dos olhos.
Não queria adormecer,
Não sem ser em teu seio,
Não sem ser em teu meio,
Não sem ser sob tua luz.

Marcos Matos



Hortelã, e chocolate.
Morango, e chocolate.
Uva, e chocolate.
Laranja, e chocolate.
Kiwi, e chocolate.
Chocolate, e chocolate.
Você, e chocolate.


Marcos Matos




Tu gitana que adivinhas
Me lo digas pues no lo se
Si saldré desta aventura
O si nela moriré.
O si nela perco la vida

O si nela triunfare
Tu gitana que adivinhas
Me lo digas pues no lo se.

Luar na Lubre




Da minha mesa consigo ver
A lua te hipnotizar,
Com o seu brilho escarlate.
Brincando com seu cinto de flores
E seu vestido branco que dançam
Ao sabor do vento.
O whisky acaba,
O conhaque gela.
E, como se lendo meus pensamentos
Você levanta, flutua até mim,
Sem perder meus olhos dos teus.
E, com um morder de lábio

Põe a lua na minha boca.

Marcos Matos